BLOGUE ELABORADO COM INTENCIONALIDADE COMUNICAR DE VIVENCIAR DE TROCAR EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS E PESSOAIS ...

CABECINHA PENSADORA....

CABECINHA PENSADORA....
CONFUSÃO TOTAL.....MASS MEDIA....EM CONFLITO, INFORMAÇÃO CRUZADA!!!!!....ehehee

sábado, fevereiro 20, 2010

Contra a Escola - armazém .... Quando um aluno entra na escola às 8 h e sai às 20h, tem pai/mãe em média 3 h por dia. Que geração estamos a criar?



CONTRA A ESCOLA-Armazém ...
Artigo publicado pelo Jornal Público p.t
Dr. Daniel Sampaio ....

Merece toda a atenção uma proposta de escola a tempo inteiro (das 7h30 às 19h30?), Formulada pela Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP). Percebe-se o ponto de vista dos proponentes: como ambos os progenitores resultados obtêm o dia inteiro, será melhor deixar como crianças na escola do que sozinhas em casa ou sem Controlo na rua, porque a escola ainda é um Território com relativa segurança. Compreende-se também uma dificuldade de muitos pais em um assegurarem transporte dos filhos a horas convenientes, sobretudo nas zonas urbanas: com o trânsito caótico e o patrão a pressionar para que não saiam cedo, que é  melhor trabalhar um pouco mais e ir buscar os filhos mais tarde.
Ao contrário do que parecia nas minhas declarações transcritas mal no Público de 7 de Fevereiro, "Eu creio, que à partida será muito mau para os alunos ficar tanto tempo na escola. Quando citei o filme Paranoid Park, de Gus von Sant, pretendia chamar a atenção para as crianças que, na Escola e em casa, não conseguem consolidar laços profundos afectivos com adultos, por falta de disponibilidade destes. É que não consigo conceber,  um bom desenvolvimento da personalidade sem identificações com as figuras de referência, nos diversos Territórios onde os mais novos se movem.
O meu argumento é outro: não estaremos à remediar um mal-estar civilizacional à pressa, pedindo aos Professores (mais uma vez ...) uma família? Se os pais horários têm maus horários, não deveriam reivindicar melhores condições de trabalho, que passassem, por exemplo, pelo encurtamento da hora do almoço, de modo poderem chegar mais cedo a casa, a tempo de estar com os filhos? Não deveria ser esse o Projecto de luta das Associações de Pais?
Importa também reflectir sobre as funções da Escola. Temos na cabeça um Modelo Escolar muito virado para uma concreta transmissão de conhecimentos, mas uma verdadeira Escola é uma segunda casa e os Professores, na sua grande maioria, fazem não só a instrução dos alunos, sendo agentes decisivos para o seu bem-estar, perante uma indisponibilidade de muitos pais, sem coesão nas famílias onde não é rara existir uma doença mental... e sendo os Professores os promotores  (únicos tantas vezes!) das regras de relacionamento interpessoal e dos valores éticos fundamentais para uma sobrevivência dos mais novos. Perante o cãos ou o vazio de muitas casas, os Docentes, sem condições, tantas vezes e submersos pela Burocracia Ministerial, acabam por conseguir guiar os estudantes na compreensão do mundo.
A Escola já não é portanto, apenas um local onde se dá instrução, é um Território crucial para uma Socialização e Educação (no sentido amplo) dos nossos jovens. Daqui decorre que, como já se pediu muito à Escola e aos Professores, não se pode pedir mais! É tempo de reflectirmos sobre o que de facto se passa lá, em vez de ampliarmos as funções dos Estabelecimentos de Ensino, numa direcção desconhecida. Por isso entendo que uma proposta de alargar o tempo na Escola não é o caminho certo, porque nos  arriscamos a transformá-la num armazém de crianças, e com os pais uma vez mais, a pensar cada vez na sua vida profissional.
A nível da família, muitas vezes  constato a diminuição do prazer dos adultos no convívio com as crianças: vejo pais exaustos, desejosos de que os filhos se deitem, depressa ou pelo menos com esperança de que as diversas amas electrónicas os mantenham em sossego durante muito tempo. Também aqui se impõe uma reflexão sobre o significado real da vida em família: para mim, ensinado pela Psicologia e Psiquiatria de que é fundamental uma vinculação à Criança por um adulto  disponível  e seguro, não faz sentido aceitar que esse desígnio ser possam alguma vez ser bem substituído por uma Instituição como uma Escola, por melhor que ela seja.
Gostaria, pois, que os pais se unissem para reivindicar mais tempo junto dos filhos depois do seu nascimento, que fizessem pressão nas autarquias para uma organização de uma rede eficiente de transportes escolares, e sensibilizassem o mundo empresarial para horários com a rentabilidade necessária, mas mais compativél com o horário dos filhos, com a sua  Educação,  com uma vida em família....
Aos professores, depois de mais um ano de grande desgaste emocional, conviria que não aceitassem uma "proletarização" do seu desempenho: é que passar filmes para os meninos depois de tantas aulas dadas, como foi sugerido pelos autores da proposta que agora não comento ... Parece muito pouco gratificante e que contribuirá mais uma vez, para uma sobrecarga dos Professores e para uma desresponsabilização dos pais. "



Excelente Reflexão ...


1 comentário:

ocontradito disse...

Por qualquer razão, talvez por intervenções das Associação de Pais, voltam ao de cima (através de blogs e e-mails) alguns textos de opinião sobre (e contra) as ETIs.

Nomeadamente, são sustento dessas opiniões dois textos de Março e Abril de 2009 do Professor Joaquim Azevedo e do Dr. Daniel Sampaio.
Considero os textos exagerados.
Até demagógicos e mal direccionados.
A ETI é um bem e um bem necessário. Mesmo que por más razões de organização social. Talvez por haver óbvios excedentes na diferença entre as expectativas e as realidades da nossa população. Todos acham ganhar pouco e querer (muito) mais. Ninguém acha poder prescindir de uma parte do rendimento para ganhar algum tempo para si e para os seus. Outros, e isso é mais grave, pura e simplesmente têm que se sujeitar ao que lhes oferecem para poderem ter algum rendimento.

Não vejo qualquer problema que as crianças estejam bem enquadradas, por educadores ou outros técnicos habilitados, no local onde frequentam a Escola.

Vejamos:

Esqueçam a ideia de “Escola” como um edifício.
A “Escola” é o que os pedagogos e os “eduqueses” (os que promovem o eduquês) quiserem. No tempo que entenderem correcto. Decidam, mas não andem (o que é costume) aos zigue-zagues constantes.

O Pólo Educativo será um conjunto de instalações físicas, geridas por uma qualquer entidade e por quaisquer gestores. Não forçosamente (e de preferência não) docentes (estes geriam a "Escola" que tem uma vertente pedagógica) Nesse Polo desenvolvem-se as actividades escolares e… outras quaisquer, nos períodos extra.

Porque quererão os “donos da Escola” se apropriar dos espaços para além do tempo que lhes cabe?

Esses espaços, do Pólo Educativo serão – também - da Escola. Para cumprirem o seu papel. Mas serão da comunidade para suprir outras necessidades nos tempos e períodos sobrantes. Porque não?

Não por 24 horas, mas certamente por 8, por 10 ou, até 12h. Porque não adiantará em nada fechar o Pólo Educativo quando acaba a Escola para assegurar o que os srs. professor e psicólogo defendem (e que todos defenderíamos como um qualquer objectivo lapalaciano): que as crianças ficassem mais tempo com as suas famílias. Ora as famílias não estarão lá…

Assim, logo floresceriam os ATLs manhosos num qualquer rés-do-chão perto das escolas onde os senhores professores se amanharão com mais algum rendimento extra (pago pelas famílias que não estão…) pelo trabalho ali exercido, na sua componente não lectiva (e já pago pela escola, mas durante o qual o srs. professores fazem o que quer).

A Escola não tem que crescer. Por mim até teria que diminuir. Mas aí, logo viriam os sindicatos combater o menos emprego docente resultante da medida. Ou sejam, as verdadeiras razões que fazem com que a Escola em Portugal seja, para os alunos, uma verdadeira cruz…

Não é a ETI (e o que esta traz, para além das actividades Escolares – chamemos-lhe assim) que está mal. O que está mal é mesmo a Escola, com actividades curriculares obrigatórias exageradas (pelo menos a partir do 2º Ciclo).

A ETI é um bem e bem vinda. Experimentem perguntar às famílias (cujos pais ou um deles não seja professor) qual a sua importância…

Por mim só faltará clarificar aquele facto: quando a Escola termina, começam outras coisas. Os “senhores da Escola” podem se ir embora, mas não queiram deixar os espaços fechados a cadeado e os menimos à porta. Estes espaços são da comunidade e aí deverão ser desenvolvidas as actividades necessárias a essa comunidade. Por docentes (irão logo perceber o potêncial de emprego que ali se cria) ou por outros elementos de enquadramento quaisquer.

E, até que a sociedade possa ser diferente (e garantir que as famílias possam trabalhar menos) essas actividades são fundamentais e incontornáveis.

O resto do texto em:

http://ocontradito.blogspot.com/2010/03/fim-as-etis-e-escolas-armazens.html